BROMELIACEAE

Neoregelia eltoniana W.Weber

Como citar:

Rodrigo Amaro; Tainan Messina. 2017. Neoregelia eltoniana (BROMELIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

287,451 Km2

AOO:

24,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro (Forzza et al., 2015), onde foi coletada na Região dos Lagos, nos municípios de Cabo Frio, Araruama, Saquarema (Moura e Vieira, 2014).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Rodrigo Amaro
Revisor: Tainan Messina
Critério: A2c;B1ab(i,ii,iii)+2ab(i,ii,iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Espécie epífita ou terrestre, endêmica do estado do Rio de Janeiro (BFG, 2015), onde foi coletada nas Restingas de diferentes municípios da Região dos Lagos. Possui AOO=24 km² e EOO=251 km² e está sujeita a cinco situações de ameaça. Suspeita-se que esteja sofrendo um intenso processo de perda de hábitat, além de declínio de EOO e AOO. A Região dos Lagos vem apresentando um acentuado crescimento urbano nos últimos anos (Davidovich, 2001), o que levou à redução drástica e ao quase aniquilamento de suas Restingas nas duas últimas décadas (Leme, 2000). Sem coletas desde 1991, suspeita-se que a população da espécie tenha sido reduzida a níveis inferiores a 50%, nos últimos dez anos.

Último avistamento: 1991
Quantidade de locations: 5
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita inicialmente em Feddes Repert. 94: 597(-599), fig. 1983.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Espécie comercializada no Bromeliário de Roberto Menescal (J.A. Siqueira Filho 2852).

Ecologia:

Substrato: terrestrial, epiphytic
Forma de vida: herb
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Restinga
Fitofisionomia: Vegetação de Restinga
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest
Detalhes: Espécie herbaceae, epífita ou terrestre, onde ocorre em solo arenoso (D. Sucre, 3630). Coletada em áreas de Mata Atlântica, em vegetação de Restinga (Forzza et al., 2015).
Referências:
  1. Forzza, R.C.; Costa, A.; Siqueira Filho, J.A.; Martinelli, G.; Monteiro, R.F.; Santos-Silva, F.; Saraiva, D. P.; Paixão-Souza, B.; Louzada, R.B.; Versieux, L., 2015. Bromeliaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB6132>. Acesso em: 13 Mar. 2015

Reprodução:

Detalhes: Encontrada com flores em junho (D. Sucre, 10023), setembro (D. Sucre, 3630) e outubro (T. Fontoura, 207).
Fenologia: flowering (Jun~Jun), flowering (Sep~Sep), flowering (Oct~Oct)

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.1 Housing & urban areas locality,habitat,occupancy,occurrence,mature individuals past,present,present local very high
O adensamento populacional na Região dos Lagos vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas, em função, principalmente, de investimentos na infraestrutura de transporte, que facilitou o investimento imobiliário (Davidovich, 2001). Cabo Frio vem apresentando nas últimas quatro décadas um ritmo de crescimento bem acima da média estadual e mesmo nacional, em decorrência dos royalties da exploração de petróleo na plataforma continental, mas sobretudo por sua vocação para o turismo em sua orla marítima, que influenciou toda sua infra-estrutura urbana (Ribeiro e Oliveira, 2009). As áreas antrópicas recobrem cerca de 60% da área da região de Cabo Frio, e arredores, um importante centro de biodiversidade mundial (Bohrer et al., 2015). As áreas mais afetadas estão localizada nas sedes municipais, no entorno da Lagoa de Araruama, ao longo das rodovias RJ 106 e RJ 140 e nas áreas costeiras (Bohrer et al., 2015). A vegetação de restinga, outrora existente entre os municípios de Cabo Frio e Casimiro de Abreu, foram praticamente eliminadas nos últimos 20 anos. O principal motivo para essa perda foi a acentuada crescimento de empreendimentos imobiliários e loteamentos que hoje dominam o cenário local (Leme, 2000).
Referências:
  1. Bohrer, C.B. de A., Dantas, H.G.R., Cronemberger, F.M., Vicens, R.S., Andrade, S.F. de, 2015. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Mapeamento da vegetação e do uso do solo no Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio , Rio de All use subject to JSTOR Terms and Conditions. Rodriguésia 60, 1–23.
  2. Davidovich, F., 2001. Metrópole e território : metropolização do espaço no Rio de Janeiro. Cad. Metrópole 6, 67–77.
  3. Leme, E.M.C. 2000. Niudularium - bromélias da Mata Atlântica, in: Niudularium - Bromélias Da Mata Atlântica. Sextante, Rio de Janeiro, RJ.
  4. Ribeiro, G., Oliveira, L.D. de. 2009. As Territorialidades da Metrópole no Século XXI: Tensões entre o Tradicional e o Moderno na Cidade de Cabo Frio-RJ. Geo UERJ 3, 108–127.

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi coleta no interior da Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá (T. Fontoura, 207). A região de Cabo Frio foi escolhida pelo WWF/IUCN como um dos 12 Centros de Diversidade Vegetal (CDV) do Brasil e a Reserva em questão possui grandes remanescentes de mata de restinga (não inundada ou seca) bem preservadas da região, juntamente com a área de Massambaba e com a Estação de Rádio da Marinha, próximo ao rio Una. A Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá abriga diversas espécies da flora endêmcias as restingas fluminenses (Araújo, 2014).
Referências:
  1. Araujo, D.S.D. 2014. A vegetação e a flora da região de Cabo Frio. Publicações Reserva Tauá. Presente em: http://www.reservataua.com.br/vegetacao_flora_cabo_frio.htm. Acessado em: 17 de março de 2014.
Ação Situação
3.4 Ex-situ conservation on going
A espécie é preservada em culturas ex situ (D. Sucre, 3630).

Ações de conservação (2):

Uso Proveniência Recurso
13. Pets/display animals, horticulture natural whole plant
A maioria das Bomeliaceae apresenta potencial ornamental, o que vem causando o declínio das populações naturais de algumas espécies (Souza e Lorenzi, 2012).
Referências:
  1. Souza, V. C.; Lorenzi, H. 2008. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado na APG III. 3a ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 768 p.
Uso Proveniência Recurso
13. Pets/display animals, horticulture cultivated whole plant
Espécie comercializada no Bromeliário de Roberto Menescal (J.A. Siqueira Filho 2852).